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quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Alimentos anti-estresse combatem a depressão e a ansiedade


Alimentos anti-estresse combatem a depressão e a ansiedade

Conheça algumas opções capazes de melhorar seu ânimo e vitalidade

Por Especialistas

Mulheres que são mães, donas de casa e profissionais, tudo ao mesmo tempo. Homens bem sucedidos e que praticam esportes como atletas. Crianças que além das provas, ainda possuem muitas atividades após as aulas. Adolescentes em fase de vestibular. Com essa vida corrida é inevitável sentir os efeitos da pressão. No entanto, existem maneiras de amenizar estes sintomas. Que tal aliviar o stress através da alimentação? Existem alguns alimentos que podem ajudá-lo!

Alface: substâncias encontradas principalmente nos talos das folhas como a lactucina e lactupicrina, atuam como calmantes naturais.

Espinafre e brócolis: previnem a depressão. Contêm potássio e ácido fólico, importantes para o bom funcionamento das células, assim como o magnésio, o fosfato e às vitaminas A e C e ao Complexo B, que garantem o bom funcionamento do sistema nervoso. 
Peixes e frutos do mar: diminuem o cansaço e a ansiedade, pois contêm zinco e selênio, que agem diretamente no cérebro. Cereais integrais e chocolate (com moderação) também são ótimas fontes de zinco. O selênio também pode ser encontrado no atum enlatado e na carne de peru.

Laranja: promove o melhor funcionamento do sistema nervoso. É um ótimo relaxante muscular, ajuda a combater o estresse e prevenir a fadiga. A fruta é rica em vitamina C, cálcio e vitaminas do Complexo B. A ingestão de vitamina C inibe a liberação de cortisol, principal hormônio relacionado ao estresse no corpo.

Castanha-do-pará: melhora sintomas de depressão, auxiliando na redução do estresse. Também é rica em selênio, um poderoso agente antioxidante. Uma unidade ao dia já fornece a quantia diária recomendada de 350mg. 
Alimentos ricos em vitaminas do complexo B: Quando o estresse está presente, o corpo utiliza a glicose desordenadamente, consumindo então as proteínas do músculo como fonte de energia. O ideal então é se alimentar de alimentos ricos em carboidratos complexos e uma dose extra de proteína magra como: leite em pó, queijo minas, amêndoas e carne que contém vitamina B12; ovo, leite, banana, aveia, batata, ricos em vitamina B6.

Maracujá: Ao contrário do que diz a crença popular, a fruta não é calmante, mas sim suas folhas. As folhas contêm alcalóides e flavonóides, substâncias depressoras do sistema nervoso central (SNC), o conjunto do cérebro com a medula espinal, responsável pela sensibilidade e pela consciência. Por isso, elas atuam como analgésicos e relaxantes musculares.

terça-feira, 21 de setembro de 2010

Doença de ALZHEIMER

Uma grande preocupação que temos observado nos cuidadores diz respeito ao estadiamento da doença. A pergunta: em que fase está à doença? É freqüentemente feita.
Vários estudos enfocando esse assunto foram realizados e existem várias propostas de estadiamento, porém os estudos clínicos de Sjoren que faz a divisão entre demência inicial, intermediária, final e terminal serão aqui utilizados.
Em média, de acordo com as estatísticas, 95% dos pacientes falecem nos primeiros 5 anos, no entanto conhecem-se casos com 10, 15 e até com mais de 20 anos de evolução.

FASE INICIAL
Sem dúvida, é a mais crítica das fases, uma vez que determinados sintomas iniciais são indulgentemente suportados e explicados pelos familiares como “parte  do processo natural do envelhecimento” e dessa forma subvalorizados, protelando-se a investigação diagnóstica.
É consenso que, se bem que não haja tratamento curativo para a doença de Alzheimer, o diagnóstico precoce é fundamental no  retardamento do aparecimento de complicações e na instituição imediata da terapêutica farmacológica disponível.
É, portanto, de vital importância que os sintomas iniciais sejam valorizados, na tentativa de se estabelecer um diagnóstico de probabilidade o mais precocemente possível, o que infelizmente não é o observado na prática diária.
Teoricamente essa fase dura de 2 a 4 anos.
O começo das alterações é lento e o paciente, especialmente os de bom nível intelectual e social, adaptam-se a determinadas deficiências com alguma facilidade fazendo com que não se perceba ou não se valorizem demais determinadas alterações. A intimidade do dia-a-dia, a vida atribulada das grandes cidades, entre outros fatores, especialmente as de origem sócio-cultural, colaboram com a aceitação pelos familiares de determinadas perdas e alterações comportamentais, especialmente quando se trata de pacientes idosos.
A primeira e mais característica marca do início da doença está relacionada com o comprometimento da memória recente ou de fixação.  Essas alterações não são constantes e se apresentam como falhas esporádicas de memória que se repetem com freqüência variável, sem constância.
Nesta fase, também iniciam-se os episódios de desorientação espacial, especialmente em lugares desconhecidos podendo também ocorrer alterações na orientação temporal.
Todas essas alterações, no entanto, como não se repetem com freqüência preocupante, são entendidas como fato natural, em virtude do avanço da idade, nervosismo e outras desculpas relacionadas com o cotidiano.
As alterações comportamentais costumam acompanhar essa evolução e, lenta e gradualmente, vai havendo uma mudança no padrão habitual de comportamento.
Dois grupos de comportamento são bastante conhecidos, um pela apatia, passividade e desinteresse e outro onde a irritabilidade, egoísmo, intolerância e agressividade são características. Indivíduos gentis tornam-se rudes e agressivos, egoístas e obstinados, desagradáveis e inflexíveis.
Nos casos onde a apatia é predominante, é imprescindível que se faça um diagnóstico diferencial com depressão (pseudodemência) e com a doença de Pick.
Costuma-se dizer que a doença de Alzheimer enfatiza as características da personalidade prévia, especialmente as negativas.
A associação freqüente de sintomas depressivos com a doença de Alzheimer está comprovada.
As alterações da memória e da orientação espacial causam estados depressivos que se manifestam por apatia e desinteresse pelas tarefas e atividades até então normalmente desempenhadas e inseridas no cotidiano recente.
Essa alteração do estado de ânimo tem sido associada com a percepção que o indivíduo tem de suas dificuldades, que tendem a se agravar, nunca apresentando melhora.
O tratamento medicamentoso da depressão melhora substancialmente o quadro demencial. Os sintomas mais marcantes dos estados depressivos são a apatia ou agitação, alteração do sono com insônia e inapetência.
A hipocondria também se agrava. Passam a valorizar mais o seu próprio corpo e fazem uma verdadeira peregrinação pelos consultórios, com queixas vagas e inconsistentes.
As alterações de comportamento e conduta costumam ser desencadeadas por algum fato concreto. Esse fato pode estar ligado ao ambiente, mudanças bruscas de costumes e situações estressantes. Como resposta a esses estímulos, os pacientes reagem desproporcionadamente com relação ao fato em si, tornam-se irrequietos, xingam, chegando até à agressão física.
Essa fase é muito difícil para quem convive com o paciente pois, em virtude dos períodos de bom convívio, bom desempenho social e intelectual e aparente boa saúde física, as explosões de ânimo ou as mudanças bruscas e inexplicáveis de comportamento são altamente angustiantes.
A dificuldade de comunicação também pode estar presente, com dificuldades em encontrar as palavras adequadas. A duração das frases se altera e apresentam dificuldades com a gramática.
Os distúrbios do sono, com inversão de horários e as alterações com o pensamento abstrato podem se manifestar já na fase inicial, marcando uma fronteira na passagem para a fase intermediária.

FASE INTERMEDIÁRIA
Pode durar de 3 a 5 anos e caracteriza-se fundamentalmente pelo agravamento dos sintomas apresentados na fase inicial.
Esta fase está correlacionada com o comprometimento cortical do lobo parietal afetando as atividades instrumentais e operativas.
Instala-se nesta fase as afasias (perda do poder de expressão pela fala, pela escrita ou pela sinalização ou da capacidade de compreensão da palavra escrita ou falada e sem alteração dos órgãos vocais), as apraxias (incapacidade de executar os movimentos apropriados para um determinado fim, contanto que não haja paralisia) e as agnosias (perda do poder de reconhecimento perceptivo sensorial, auditivo, visual, táctil etc.)
Outra característica que marca a fase intermediária tardia  é o início das dificuldades motoras.
A marcha pode estar prejudicada, com lentificação global dos movimentos, aumento do tônus muscular, diminuição da massa muscular e conseqüentes reflexos na aparência física pelo emagrecimento. As diminuições dos movimentos dos membros superiores ao andar e instabilidade postural são as  alterações mais encontradas.
As queixas de roubo de objetos e de dinheiro, total desorientação têmporo-espacial, dificuldades para reconhecer cuidadores e familiares, suspeita de conspiração para ser enviado a um asilo e o desenvolvimento de atividades totalmente desprovidas de objetivos (abulia cognitiva) são características da fase intermediária.
É comum apresentarem-se quadros de agitação e alucinações, que acometem praticamente a metade dos pacientes demenciados.A agitação psicomotora, ilusões e as alucinações relacionam-se  diretamente com o grau de severidade da demência.
Uma advertência necessária: apesar de que estas manifestações possam fazer parte da evolução da doença de Alzheimer, é imperativo fazer-se a distinção entre a evolução natural da instalação destas alterações com doenças subjacentes que possam estar intercorrendo.
A repetição de frases e palavras, sem interrupção e sem nexo também costuma estar presente.
As frases, via de regra, são curtas, incompreensíveis e mal construídas.
Perdem nessa fase a capacidade de ler e de entender o que lhes é dito ou pedido, especialmente se recebem ordens complexas ou perguntas com opção de respostas. O paciente pode responder afirmativamente a uma pergunta do tipo: “Você quer uma maçã?”, porém encontrará dificuldade de se decidir, se for perguntado se quer uma maçã ou uma laranja. Ao invés de responder ou tentar decifrar o enigma que se apresenta para ele, costuma ignorar e continuar da mesma maneira que se comportava imediatamente antes de ser questionado.
A iniciativa está abolida ou seriamente prejudicada. O paciente não costuma perguntar ou solicitar objetos e/ou ações. O vocabulário estará na maioria das vezes limitado a poucas palavras e à medida que evolui para a fase final fica ainda mais restrito, passando a utilizar apenas as palavras básicas.
Desenvolvem nessa fase grande sentimento de possessividade.
A dificuldade em aceitar novas idéias ou mudanças traduz-se por agitação psicomotora e agressividade.
Perdem nessa fase a capacidade de cálculo, pensamento abstrato e de julgamento. A apatia e inafetividade também se manifestam ou se agravam.
A memória anterógrada também estará prejudicada, a vagância geralmente associada à confabulação (falar só) se instala.
O fato de falar só é teorizado por alguns autores como uma tentativa de manter um elo com a realidade através de algumas recordações antigas.
Pode se perder, mesmo dentro de casa, uma vez que sua concentração e sua orientação no tempo e no espaço estão já a essa altura bastante prejudicadas.
As tarefas solicitadas verbalmente dificilmente são atendidas.
Os tremores e movimentos involuntários costumam ser observados, especialmente os tremores de extremidades e movimentos bucolinguais.
Nesta fase o paciente já se encontra em total estado de dependência, necessitando de  supervisão e cuidados diuturnos.
Podem, em alguns casos, realizar determinadas tarefas extremamente simples, porém são incapazes de sobreviver sem ajuda.

FASE FINAL
A duração desta fase varia de acordo com alguns fatores.
Quanto mais cedo a doença se instala mais rápida costuma ser a evolução.
Outro fator determinante, não apenas nesta fase, como também na fase inicial e intermediária, diz respeito aos aspectos preventivos e aos cuidados recebidos pelos pacientes. Pacientes bem cuidados,que foram tratados com os medicamentos adequados e tiveram boa orientação familiar apresentam uma melhor qualidade de vida e o aparecimento de complicações é significativamente mais tardio.
Pacientes que apresentam, já na fase inicial distúrbio de linguagem, alucinações e manifestações como tremores e movimentos involuntários costumam evoluir pior e mais rapidamente.
Nesta fase a memória antiga estará bastante prejudicada e às vezes totalmente comprometida. A capacidade intelectual e a iniciativa estarão seriamente prejudicadas ou totalmente deterioradas. O estado de apatia e prostração, o confinamento ao leito ou à poltrona, a incapacidade de se expressar, quer por fala ou mímica e especialmente a incapacidade de sorrir são características desta fase.
As alterações neurológicas se agravam: a rigidez aumenta consideravelmente e os movimentos estarão lentificados e por vezes estereotipados.
As convulsões, assim como o aparecimento de tremores e de movimentos involuntários, também são mais freqüentes nesta fase.
A indiferença ao ambiente e a tudo que o cerca, alternadas com alto grau de agitação psicomotora e o aparecimento de incontinência urinária e fecal trazem, nesta fase, grande carga de cuidados. O paciente torna-se totalmente dependente, podendo chegar à manipulação de fezes e a coprofagia.
Quando os indivíduos ainda possuem alguma reserva motora, as quedas acidentais com fraturas ocorrem com maior freqüência.
Passam a não reconhecer as pessoas mais próximas e podem até mesmo não se reconhecerem quando colocados em frente ao espelho.
Podem apresentar hiperfagia, aparecem as úlceras por pressão, devido a permanências no leito ou poltrona, por longos períodos de tempo, mesmo adequadamente cuidados.
Invariavelmente, caminham para um estado de acamamento com suas previsíveis e temíveis complicações, marcando assim a transição para a fase terminal.

FASE TERMINAL
Esta fase caracteriza-se por restrição ao leito/poltrona, praticamente durante todo o tempo.
Acabam por adotar a posição fetal. As contraturas dos membros inferiores tornam-se inextensíveis e irrecuperáveis. Os membros superiores adotam posição fletida junto ao tórax e a cabeça pende em direção ao peito. A coluna também se flexiona e o paciente adota uma posição conhecida como paraplegia em flexão ou posição fetal.

http://www.alzheimermed.com.br/m3.asp?cod_pagina=1053

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Caminhada diária mantém o corpo e a mente jovens

Caminhada diária mantém o corpo e a mente jovens
A atividade física contínua aumenta circuitos que estimulam o cérebro
Caminhar diariamente é um ótimo exercício para deixar o corpo em forma, melhorar a saúde e retardar o envelhecimento. Entretanto, um novo estudo da Universidade de Illinois, nos Estados Unidos, mostra que esse efeito antienvelhecimento do exercício pode ser possível também em relação ao cérebro, aumentando seus circuitos e reduzindo os riscos de problemas de memória e de atenção.
Na pesquisa, publicada na edição de setembro da revista Frontiers in Aging Neuroscience, os especialistas acompanharam, por um ano, 70 adultos com idades entre 60 e 80 anos. E notaram que aqueles que faziam caminhadas regularmente tiveram muitos benefícios, comparados aos sedentários, não apenas fisicamente, mas em relação a sua função cerebral."O grupo aeróbico apresentou melhorias na memória, atenção e em diversos outros processos cognitivos", explicou o pesquisador Arthur F. Kramer, um dos coordenadores do estudo. De acordo com os pesquisadores, à medida que os idosos no grupo da caminhada ficavam mais em forma, a atividade cerebral (a conexão das "redes") aumentava de forma similar a alguém de 20 anos de idade.
Saiba Mais
• Aprenda a comer depois de fazer exercícios
• Coração saudável e atividade física
• Caminhada alivia a vontade de comer
Quando ficamos mais velhos, os padrões de conectividade diminuem e as "redes" não ficam bem conectadas para apoiar algumas atividades como, por exemplo, dirigir. Porém, com a ajuda do condicionamento aeróbico, essas "redes" se tornam mais coerentes. "Quando caminhamos, integramos estímulos visuais, auditivos, assim como sinais vindo das articulações e músculos, em relação a onde o pé está, o nível de força, e outros movimentos. É o velho conceito: se você não usa, você perde. Para que algo seja benéfico, precisamos fazê-lo repetidamente, e caminhar é uma atividade de repetição", concluiu o especialista.
Entretanto, segundo os autores, os resultados não acontecem do dia para a noite. Os efeitos no cérebro só começaram a ser observados no grupo de idosos que faziam caminhadas após 12 meses de prática. Por isso, os especialistas recomendam que, por ser uma atividade aparentemente simples, a caminhada seja adotada como hábito de saúde, principalmente pelos idosos.
10 motivos para você caminhar
Os consultores da assessoria esportiva MPR, Fábio Rosa e Emerson Gomes, listam a seguir dez benefícios que a caminhada diária pode fazer por você. Confira:

1- Aumenta a liberação de endorfinas, ajudando no combate do estresse, ansiedade e depressão.
2- Tonifica a musculatura das pernas, coxas e glúteos
3- Possui um gasto médio de 200-300 kcal/hora. Na subida o gasto calórico pode aumentar para até 450kcal/hora.
4- Melhora a circulação sanguínea
5- Auxilia na prevenção de varizes
6- Auxilia no controle do colesterol, aumentando o HDL(bom colesterol) e diminuindo o LDL (mau colesterol)
7- Melhora a atividade do sistema imunológico .
8- Aumenta o metabolismo de repouso, aumentando assim o gasto calórico diário.
9- Aumenta a capacidade dos pulmões absorverem o oxigênio.
10- Alivia os sintomas da TPM

quinta-feira, 2 de setembro de 2010

O BOM CORAÇÃO

Bom de coração

Não se podem desprezar os efeitos do LDL,o mau colesterol. Mas os médicos defendem agora que o mais importante é aumentar os níveis de HDL, o colesterol do bem. Anna Paula Buchalla

Desde 1961, quando o colesterol alto foi identificado como um dos maiores inimigos da saúde cardiovascular, os médicos empreendem esforços para reduzir os níveis de LDL, o mau colesterol, em seus pacientes. Na primeira diretiva, o LDL não podia ultrapassar 240 miligramas por decilitro de sangue. Hoje, o limite aceitável é de 160 para quem não apresenta outros fatores de risco de infartos e derrames. Aos que exibem um histórico cardíaco complicado, a recomendação é que os níveis do colesterol ruim não excedam 70 miligramas. Para atingir um patamar tão baixo, além da dieta balanceada e dos exercícios físicos, só mesmo recorrendo ao uso de remédios, sobretudo as estatinas – os medicamentos que revolucionaram a prevenção e o tratamento do colesterol alto. Na última edição da revista científica Annals of Internal Medicine, contudo, uma equipe de pesquisadores da Universidade de Michigan, nos Estados Unidos, questiona a recomendação de que o ideal seja um LDL menor do que 70. Depois de analisarem os principais estudos que relacionam o mau colesterol à saúde do coração, eles concluíram que não há validade científica para essa meta. O limite de 100 miligramas por decilitro de sangue já seria suficiente, de acordo com a revisão. Há também uma corrente de médicos que defende que, sem subestimar o impacto negativo do LDL, o mais importante é aumentar os níveis de HDL, o bom colesterol. De fato, altas taxas da substância – mais de 50 miligramas em mulheres e mais de 40 em homens – estão associadas a uma diminuição significativa do risco de doenças cardiovasculares. A cada 1% de aumento do HDL, há uma queda de 3% nas probabilidades de ocorrência de distúrbios cardiovasculares.

Enquanto o LDL é a principal fonte do acúmulo de gordura nas artérias, o HDL "varre" o colesterol ruim de dentro delas. Recentemente, no entanto, se descobriu que o HDL é mais do que um mero lixeiro de gordura. Ele também exerce funções antioxidantes e antiinflamatórias – suas moléculas protegem a parede dos vasos e impedem o surgimento das lesões que facilitam o depósito de gordura nas artérias. Descobriu-se ainda que ele também conta com poderes anticoagulantes, o que ajuda a evitar a obstrução arterial. Portanto, quanto mais HDL, melhor. Pessoas longevas, que ultrapassam a barreira dos 90 anos, costumam ter HDL acima de 60. "O fato é que, por mais reduzidos que sejam os níveis de LDL, se o HDL também for baixo, o risco permanece alto", diz o cardiologista Raul Dias dos Santos, diretor do setor de lípides do Instituto do Coração, em São Paulo. O curioso é que as bases que sustentam a tese de que o HDL alto é tão ou mais importante do que o LDL baixo se encontram em um estudo epidemiológico que está para completar sessenta anos: o realizado com a população da cidade americana de Framingham, em 1948. De acordo com esse levantamento, homens com HDL menor do que 52 têm o dobro de risco de infartar, quando comparados com aqueles com HDL acima desse patamar. Entre as mulheres, a probabilidade de um evento desse tipo, nessas condições, é quatro vezes maior. Elas, aliás, são as que mais sofrem com os efeitos de um HDL baixo. Ainda não há explicação para esse fato, mas supõe-se que, como o sexo feminino possui naturalmente uma quantidade maior do bom colesterol, quando ele míngua o impacto negativo de sua falta é maior.

Entre os principais fatores de risco para o coração, a hipertensão é o mais prevalente, porém o controle do colesterol tem um impacto muito maior na prevenção dos distúrbios cardiovasculares. Ao manter a pressão arterial em parâmetros adequados, reduz-se o risco em cerca de 15%. Já com a redução do colesterol ruim, diminui-se a incidência de infartos e derrames em 30% a 50%. Controlar o LDL é mais fácil do que aumentar o HDL, pelo menos por enquanto. Contra o excesso de LDL existe uma série de medicamentos, dentre os quais se destacam as estatinas. Algumas delas têm a capacidade de aumentar o HDL entre 5% e 10%, mas isso é relativamente pouco. Os remédios mais efetivos nesse sentido são a niacina e os fibratos. A niacina pode aumentar o HDL em até 35%. O problema é que seus efeitos colaterais são severos, especialmente o rubor facial. Com os fibratos, o aumento costuma ser de 10% a 15%. A indústria farmacêutica agora investe no desenvolvimento de medicamentos capazes de aumentar de forma mais consistente o HDL – entre os quais, uma niacina que não cause reações adversas e uma vacina (veja quadro).

Enquanto a farmácia pró-HDL não está à disposição, a melhor forma de aumentar as taxas do colesterol bom é livrar-se do excesso de triglicérides (um tipo de gordura) no sangue. "Os triglicérides têm uma relação muito estreita com o HDL", diz a cardiologista Tânia Martinez, do Instituto do Coração. "Os altos índices desse tipo de gordura estão associados a uma queda nos níveis de HDL." Para tanto, é indispensável a prática regular de exercícios aeróbicos, como corrida, natação e caminhada, de três a quatro vezes por semana. Para quem está acima do peso, um bom regime ajuda a aumentar o HDL em até 20%. Nos últimos anos, passaram a ser vendidos também alimentos enriquecidos com substâncias capazes de elevar o HDL e reduzir o LDL – existem desde margarinas com fitosteróis até pães e ovos com ômega-3. Ômega-3, aliás, é bom para chuchu.

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